Autocritica de um Líder
Não é raro nos depararmos com líderes que ao serem questionados com relação a autocritica, assumem uma postura humilde e informam que estão abertos para as críticas, que aprendem todos os dias com suas equipes e coisas do tipo.
Mas, na prática as coisas não funcionam bem assim.
Para começo de conversa nem sempre o ambiente corporativo é tão democrático como pregam suas lideranças.
Muitas vezes nos deparamos com empresas ainda com estilo de liderança antigo, muito parecido com o que era adotado na era industrial, quando os processos eram adequados a um mercado e economia com pouquíssima mobilidade. Ou seja, líderes com posturas concentradora e autocrática.
Esse estilo de liderança pode se perpetuar mais por falta de maturidade do líder do que pela sua educação formal, pois a habilidade de pensar estrategicamente está ligada a capacidade e ao nível de maturação para se abrir e adquirir conhecimento de fontes diversas, capacidade de discernir, de assimilar o conhecimento, capacidade de perceber cenários e de ensinar.
Outras vezes pode se perpetuar porque em algum momento foi necessário que a empresa adotasse uma postura mais firme na liderança, para solução de uma crise. Porém, a crise passou e a liderança não adequou a postura, que acabou por incorporar na cultura organizacional.
Ou até por confundirem ser proativo com ter que se meter em tudo, confundirem a política necessária para construir consenso e relacionamento com fofoca e outras confusões do tipo.
E esse é um grande desafio para os gestores das empresas, ainda mais porque a curva de maturação é diferente de líder para líder, e isso significa que ao sair de um treinamento aplicado para liderança da empresa, alguns líderes serão mais e outros menos capazes transformar o conteúdo do treinamento em atitudes que movimentam seus liderados em direção aos objetivos. E essa curva de maturação está diretamente ligada a capacidade de pensar de maneira coletiva.
Na economia atual, esse tipo de liderança mais atravanca a operação do que gera bons resultados. Tanto que a taxa de produtividade da economia privada tem reduzido por causa de comportamento concentrador de líderes com esse perfil.
Para mudar esse quadro primeiramente o líder tem que estar disposto e depois diminuir a tolerância consigo mesmo.
Entender que precisa melhorar é o primeiro passo, inclusive os mais bem-sucedidos podem melhorar alguma coisa.
Depois, estabeleça um programa de desenvolvimento de liderança focado no modelo de competências. Ou seja, mudança de comportamento através do desenvolvimento de competências. Um programa de liderança que respeite as diferenças, mas que foque o comportamento desejado, que ataque os pontos cegos, que ajude o líder a construir confiança e empatia com a sua equipe.
E para os líderes oriento que busquem esse aperfeiçoamento, independente da empresa proporcionar esse programa ou não. Pois certamente o seu futuro como gestor de departamento, de unidade de negócios, de uma regional, de um distrito, de um país ou global dependerá de como você cuidará da sua capacitação como líder servidor, como líder de pessoas.