Planejamento do comércio – ponto de partida
2020 está chegando ao fim.
Um ano difícil e atípico, mas que vivemos experiências que nos trouxeram aprendizados para a vida.
Para nós, profissionais do comércio, o mês de dezembro consome a nossa atenção, mas é preciso ter em mente que estamos prestes a iniciar 2021, que tende a ser um ano com frequentes mudanças e muitos desafios para os gestores.
É prudente que a empresa inicie o próximo ano com o seu planejamento preparado ou, pelo menos, muito bem encaminhado.
E, quando falamos em planejamento empresarial, não podemos deixar de falar em orçamento.
O ponto de partida do orçamento é a previsão da receita e o planejamento do estoque.
Na sequência, planejar cada ação, fazer a previsão dos recursos necessários e o orçamento das despesas.
A partir daí, se preparar e saber como agir em relação ao aumento ou diminuição das vendas, e até mesmo, se preparar para se reinventar, caso algo fuja muito daquilo que foi planejado.
Sem dúvida a previsão das receitas para 2021 é um grande desafio. É necessário se tomar cuidado para não acreditar que o novo normal significa o cenário de 2019 impactado pela pandemia e estabilizado em algum patamar. Isso porque já não tínhamos estabilidade em 2019 e essa também deve ser a realidade do próximo ano.
Por exemplo, é difícil prever como ficará o já instável cenário geopolítico, quais serão os próximos capítulos e desdobramentos da guerra comercial entre os Estados Unidos e China.
O cenário nacional também está cheio de incertezas:
– Quais serão os efeitos do fim do auxílio emergencial? Lembrando que o auxílio foi concedido para 67 milhões de brasileiros.
- Por quanto tempo durará a herança do PIB dos últimos trimestres de 2020? Destacando que no terceiro trimestre houve um crescimento de 7,7% e certamente o auxílio foi o motor para esse resultado.
- Qual será o tamanho da piora fiscal? Qual será a capacidade do governo para avançar com a agenda de reformas? E o desemprego? E a inflação?
Enfim, já deu para perceber que fazer previsões precisas para os próximos 12 meses e perseguir o orçamento sem a flexibilidade de ajustes até o fim do exercício, pode ser um erro. Portanto, levará vantagem quem entender as mudanças rapidamente e se adaptar melhor.
As empresas e profissionais que fizeram ou estão fazendo a lição de casa com relação a transformação digital, aqueles que implantaram ou estão implantando uma cultura baseada em dados, que, portanto, estão melhor preparados para identificar as situações rapidamente, gerar insights, testar e multiplicar boas práticas, conseguirão manter a musculatura financeira e a condição de traçar ações para engajar seus funcionários e clientes.
Além disso, as empresas que se adaptam rapidamente, entendem rapidamente os novos comportamentos dos clientes e as tendências, desta forma, poderão transformar esse aprendizado em vantagem competitiva.
Estamos falando muito em inteligência artificial e em automação, mas a capacidade de entender as tendências humanas e sociais ainda não foi automatizada, sendo assim, não devemos esquecer da gestão de pessoas, não podemos esquecer que as pessoas, de todas as áreas da empresa, precisam ser consultadas na elaboração do planejamento e do orçamento, pois a unificação das atividades e a participação, melhoram a comunicação, fazem com que nenhuma questão fique pendente, motivam a equipe e facilitam o cumprimento das metas.